domingo, 12 de dezembro de 2010

Como foi criada a Célula Sintética


Uma pequena bactéria chamada Mycoplasma mycoides JCVI-syn 1.0, é o primeiro organismo que vive com um DNA completamente montado em laboratório.

Após 15 de intensa pesquisa e investimento de milhões de dólares foi anunciado a criação dessa célula. A coordenação da pesquisa foi de Craig Venter, ele mesmo, o responsável pelo seqüenciamento do genoma humano.

O que foi feito é montagem laboratorial do DNA de uma espécie Mycoplasma mycoides, e foi inserido em outra espécie, a Mycoplasma capricolum.

É como se, em vez de pegar um livro de instruções já existente, a equipe de Venter redigitou todos seus capítulos, colocando umas alterações aqui e ali (como o trecho de Joyce acima e um endereço de website) para diferenciá-lo do DNA natural da célula.

Daí veio a novidade: depois de algum tempo, as células de M. capricolum começaram a ler as novas instruções, e iniciaram a produção das proteínas da M. mycoides, se comportando e aparentando ser a própria. Para todos os feitos, ela tinha se transformado em uma Mycoplasma mycoides.

A analogia com computadores, que Venter usou em uma coletiva de imprensa, também é válida: o “sistema operacional” de fábrica da bactéria foi trocado por outro, criado em laboratório, e ela começou a se comportar como o novo software mandava. Ainda assim, é vida a partir da vida, e não vida a partir do zero.

Aplicações e implicações

Foram destacados:

  • Produção de vacinas de forma bem mais rápida do que atualmente;
  • Criação de algas unicelulares que podem capturar dióxido de carbono e transformá-lo em combustível, como diesel e gasolina.

As implicações éticas também estão ali. Embora Venter tenha submetido todo o trabalho a comissões de bioética, o estudo com certeza faz repensar na definição de vida. “Temos uma oportunidade inédita para pensar na origem da vida, e ver como um genoma realmente funciona,” escreveu em artigo na Nature Mark Bedau, professor de filosofia do Reed College, nos Estados Unidos. Steen Rasmussen, da Universidade do Sul da Dinamarca, escreveu na mesma revista: “... construir vida usando materiais e designs diferentes vai nos ensinar mais sobre sua natureza do que reproduzir formas de vida tais quais como as conhecemos”. O primeiro passo está dado.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cientistas americanos geram rato a partir de dois machos

WASHINGTON (AFP) - Pesquisadores americanos usaram células-tronco para gerar um rato a partir de dois machos, em uma operação que poderá preservar espécies ameaçadas de extinção, além de ajudar casais homossexuais a ter seus próprios filhos.

Segundo o estudo publicado nesta quarta-feira, na revista Biology of Reproduction, cientistas do Texas especializados em reprodução manipularam células-tronco provenientes de um feto macho (XY) de rato para produzir células-tronco pluripotentes induzidas (CPi).

Algumas células-tronco que foram obtidas desta forma perderam naturalmente seu cromossomo Y para se tornar uma célula-tronco do tipo XO.

Estes ratos cresceram e puderam cruzar com ratos machos normais, gerando um animal com material genético de ambos.

O estudo foi conduzido por Richard R. Behringer, do Centro Anderson de Câncer.

Os pesquisadores declararam que com uma variação desta técnica "também será possível gerar esperma a partir de uma doadora e produzir machos viáveis e fêmeas através de duas mães", apesar do caminho para se aplicar isto a humanos ser longo.


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domingo, 5 de dezembro de 2010

Gene CCR5 e a cura da AIDS

Há muitos anos se busca a cura da AIDS e são inúmeras pesquisas tentando descobrir algum método de conter a ação desse vírus no organismo. Medicamentos que prolongam o tempo de vida de pessoas portadoras do vírus têm sido usados para minimizar os efeitos, para tanto a tão sonhada cura ainda não foi encontrada.

Nos últimos anos foi descoberto que alguns europeus possuem uma mutação do gene CCR5, o receptor Chemokine (C-C motif), localizada no cromossomo 3, na posição 21.

A mutação do gene CCR5, dificulta a reprodução do vírus da AIDS no corpo humano, esse gene é recebido dos pais e, portanto as pessoas podem ficar imunes à doença.

Uma pesquisa realizada na Alemanha com transplante de medula de uma pessoa portadora do gene CCR5 se mostrou promissora, sendo que o paciente então portador do vírus após um período de alguns anos do transplante, não apresentou mais sinais do vírus em seu corpo.

Estudos continuam a ser realizados para confirmação da tentativa, mas considerando que essa pode ser a cura pra AIDS deve-se pensar que não existirão pessoas suficientes para doação de medula, e para isso pesquisadores estudam como gerar o Gene CCR5.

Fica então a esperança de que em pouco tempo consiga a tão sonhada cura pra AIDS.

Fonte: http://www.hivgene.com/what-is-ccr5.php