domingo, 12 de dezembro de 2010

Como foi criada a Célula Sintética


Uma pequena bactéria chamada Mycoplasma mycoides JCVI-syn 1.0, é o primeiro organismo que vive com um DNA completamente montado em laboratório.

Após 15 de intensa pesquisa e investimento de milhões de dólares foi anunciado a criação dessa célula. A coordenação da pesquisa foi de Craig Venter, ele mesmo, o responsável pelo seqüenciamento do genoma humano.

O que foi feito é montagem laboratorial do DNA de uma espécie Mycoplasma mycoides, e foi inserido em outra espécie, a Mycoplasma capricolum.

É como se, em vez de pegar um livro de instruções já existente, a equipe de Venter redigitou todos seus capítulos, colocando umas alterações aqui e ali (como o trecho de Joyce acima e um endereço de website) para diferenciá-lo do DNA natural da célula.

Daí veio a novidade: depois de algum tempo, as células de M. capricolum começaram a ler as novas instruções, e iniciaram a produção das proteínas da M. mycoides, se comportando e aparentando ser a própria. Para todos os feitos, ela tinha se transformado em uma Mycoplasma mycoides.

A analogia com computadores, que Venter usou em uma coletiva de imprensa, também é válida: o “sistema operacional” de fábrica da bactéria foi trocado por outro, criado em laboratório, e ela começou a se comportar como o novo software mandava. Ainda assim, é vida a partir da vida, e não vida a partir do zero.

Aplicações e implicações

Foram destacados:

  • Produção de vacinas de forma bem mais rápida do que atualmente;
  • Criação de algas unicelulares que podem capturar dióxido de carbono e transformá-lo em combustível, como diesel e gasolina.

As implicações éticas também estão ali. Embora Venter tenha submetido todo o trabalho a comissões de bioética, o estudo com certeza faz repensar na definição de vida. “Temos uma oportunidade inédita para pensar na origem da vida, e ver como um genoma realmente funciona,” escreveu em artigo na Nature Mark Bedau, professor de filosofia do Reed College, nos Estados Unidos. Steen Rasmussen, da Universidade do Sul da Dinamarca, escreveu na mesma revista: “... construir vida usando materiais e designs diferentes vai nos ensinar mais sobre sua natureza do que reproduzir formas de vida tais quais como as conhecemos”. O primeiro passo está dado.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cientistas americanos geram rato a partir de dois machos

WASHINGTON (AFP) - Pesquisadores americanos usaram células-tronco para gerar um rato a partir de dois machos, em uma operação que poderá preservar espécies ameaçadas de extinção, além de ajudar casais homossexuais a ter seus próprios filhos.

Segundo o estudo publicado nesta quarta-feira, na revista Biology of Reproduction, cientistas do Texas especializados em reprodução manipularam células-tronco provenientes de um feto macho (XY) de rato para produzir células-tronco pluripotentes induzidas (CPi).

Algumas células-tronco que foram obtidas desta forma perderam naturalmente seu cromossomo Y para se tornar uma célula-tronco do tipo XO.

Estes ratos cresceram e puderam cruzar com ratos machos normais, gerando um animal com material genético de ambos.

O estudo foi conduzido por Richard R. Behringer, do Centro Anderson de Câncer.

Os pesquisadores declararam que com uma variação desta técnica "também será possível gerar esperma a partir de uma doadora e produzir machos viáveis e fêmeas através de duas mães", apesar do caminho para se aplicar isto a humanos ser longo.


Copyright © AFP. Nenhuma das informações contidas neste servidor pode ser reproduzida, seja a que título for, sem o acordo prévio da Agence France-Presse.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Gene CCR5 e a cura da AIDS

Há muitos anos se busca a cura da AIDS e são inúmeras pesquisas tentando descobrir algum método de conter a ação desse vírus no organismo. Medicamentos que prolongam o tempo de vida de pessoas portadoras do vírus têm sido usados para minimizar os efeitos, para tanto a tão sonhada cura ainda não foi encontrada.

Nos últimos anos foi descoberto que alguns europeus possuem uma mutação do gene CCR5, o receptor Chemokine (C-C motif), localizada no cromossomo 3, na posição 21.

A mutação do gene CCR5, dificulta a reprodução do vírus da AIDS no corpo humano, esse gene é recebido dos pais e, portanto as pessoas podem ficar imunes à doença.

Uma pesquisa realizada na Alemanha com transplante de medula de uma pessoa portadora do gene CCR5 se mostrou promissora, sendo que o paciente então portador do vírus após um período de alguns anos do transplante, não apresentou mais sinais do vírus em seu corpo.

Estudos continuam a ser realizados para confirmação da tentativa, mas considerando que essa pode ser a cura pra AIDS deve-se pensar que não existirão pessoas suficientes para doação de medula, e para isso pesquisadores estudam como gerar o Gene CCR5.

Fica então a esperança de que em pouco tempo consiga a tão sonhada cura pra AIDS.

Fonte: http://www.hivgene.com/what-is-ccr5.php

sábado, 27 de novembro de 2010

A verdade está lá fora…

Você já se perguntou se existe vida em outros planetas Universo afora?
Eu já. E alguns cientistas também. Assim surgiu a Astrobiologia.

AstrobiologiaA astrobiologia, também conhecida como exobiologia e xenobiologia, é um ramo científico atualmente considerado com muita seriedade. Ela investiga a existência de vida em planos extraterrestres, como ela se processa fora da Terra e como exerce influência sobre o funcionamento do Universo. A astrobiologia é uma complexa área de pesquisas que se une a disciplinas como Astronomia, Geologia, Física, Química e a Biologia, constituindo-se assim em uma ciência interdisciplinar.

Como surgiu a Astrobiologia?
NASA
Esta expressão surgiu no começo dos anos 60, elaborada por Joshua Lederberg, médico norte-americano, especialista em biologia molecular. Ele trabalhou para a NASA em projetos experimentais que envolviam a procura de vida no planeta Marte. O surgimento da astrobiologia está intimamente relacionado com a criação dos primeiros programas espaciais. A NASA financiou seu primeiro projeto de exobiologia em 1959, e estabeleceu um programa de Exobiologia em 1960. A Missão Viking, lançada em 1976, incluiu três experiências biológicas projetadas para procurar possíveis sinais de vida extraterrestre. Hoje, os projetos em astrobiologia estão cada vez mais presentes nas missões espaciais da NASA e de outras agências de pesquisa espacial.

O Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence)

SETI
O Instituto SETI é uma organização privada, sem fins lucrativos dedicada à pesquisa científica, educação e sensibilização do público. A missão do Instituto SETI é explorar, compreender e explicar a origem, natureza e prevalência da vida no Universo. Fundada em Novembro de 1984, o Instituto SETI iniciou suas operações em 01 de fevereiro de 1985. Hoje, emprega mais de 150 cientistas, educadores e pessoal de apoio. A pesquisa do Instituto está ancorada em dois centros: o Centro de Pesquisas SETI e o Centro Carl Sagan para o Estudo da Vida no Universo. Há ainda o Centro de Educação e Divulgação Pública, que se encarrega de fazer a ponte entre o SETI e o público.
Veja uma lista com alguns dos patrocinadores das pesquisas desenvolvidas no SETI:
  • NASA Ames Research Center
  • Sede da NASA hp
  • National Science Foundation
  • Departamento de Energia
  • Serviço Geológico dos EUA
  • União Internacional Astronômica
  • Laboratório Nacional Argonne
  • Fundação David & Lucile Packard
  • Associação das Universidades de Pesquisa Espacial (USRA)
  • Pacific Science Center Logotipo da Sun
  • Fundação para a Microbiologia
  • Sun Microsystems
  • Hewlett Packard Company

Atualmente, existem cursos de graduação em Astronomia e Ciências Espaciais em diversas universidades pelo mundo que abordam conceitos de Astrobiologia. A tendência é que o ensino de Astrobiologia se torne cada vez mais presente nas instituições de ensino superior, e até mesmo no Ensino Médio como parte integrante do ensino de Física e Biologia.

Afinal, existe vida extraterrestre?

Definindo vida

Apesar de ser difícil atribuir uma definição clara de "vida", a maioria dos biólogos concorda que há muitas características comuns entre as "coisas vivas".Exemplo de Célula
  • Organização - os seres vivos são feitos de átomos e moléculas organizados em células. Elas podem ainda ser organizadas em tecidos, órgãos e sistemas. Os seres vivos da Terra são bastante diversos quanto a sua organização e complexidade.
  • Homeostase - os seres vivos desempenham funções que os mantém em um estado constante, relativamente sem modificações, chamado de homeostase. Nosso corpo, por exemplo, tem sistemas que mantém sua temperatura constante. Você treme se está frio e transpira se está calor.
  • Reprodução - os seres vivos fazem cópias deles mesmos, sejam cópias exatas (clones) através da reprodução assexuada ou cópias similares através da reprodução sexuada.
  • Crescimento/ desenvolvimento - os seres vivos crescem e se desenvolvem a partir de formas menores e/ou mais simples. Um ser humano, por exemplo, começa a vida como um ovoGerações fertilizado, desenvolve-se em embrião, feto e então em bebê. Em seguida, o bebê cresce e vira uma criança, adolescente e adulto.
  • Absorção de energia do ambiente – para permanecer em um estado organizado, relativamente constante, o ser vivo viola a Segunda Lei da Termodinâmica, que afirma que o grau de desordem (entropia) de todos os objetos aumenta. Para um organismo vivo manter a organização, precisa tomar, processar e gastar energia. Por exemplo, o modo como os humanos e outros animais fazem isso é ingerindo alimento e extraindo energia dele.
  • Fototropismo positivoResposta a estímulos - os seres vivos respondem a mudanças no seu ambiente. Se um estímulo provoca dor, você responde afastando-se daquele objeto. Se colocarmos uma planta perto de uma janela bem iluminada, os ramos ou brotos crescerão em direção à luz (fototropismo). Para se proteger, alguns animais mudam de cor para se misturarem com o meio (camuflagem).
  • Adaptação ao seu ambiente - as características de um ser vivo tendem a ser adequadas ao seu ambiente. As nadadeiras de um golfinho, por exemplo, são chatas e adaptadas para nadar. A asa de um morcego tem a mesma estrutura básica dos ossos da nadadeira do golfinho, mas com uma membrana fina que o permite voar.Darwin
A vida é um processo dinâmico, e se modifica com o tempo. As regras governamentais básicas existentes quando as espécies surgem, vivem, permanecem imutáveis ou se tornam extintas, são as da evolução através da seleção natural, propostas por Charles Darwin. Embora a teoria da evolução de Darwin tenha sido proposta para explicar mudanças nas espécies terrestres, seus princípios são comuns o suficiente para que possam ser aplicados em qualquer outra parte do universo.



Algumas regras básicas para a vida alienígena


ET

Com base no que sabemos sobre a vida na Terra, o que podemos dizer sobre a vida alienígena? Apesar de provavelmente ser muito diferente da vida na Terra, a vida alienígena poderia aderir a certas diretrizes universais.
  • A vida alienígena seria governada por leis da física e da química.
  • A vida alienígena seria baseada em algum tipo de química, eliminando o conceito da ficção científica de seres feitos de energia pura.
    • Solvente - na Terra, o solvente para todas as nossas substâncias bioquímicas é a água líquida. Outras substâncias também poderiam ser solventes, como a amônia, metano, sulfeto de hidrogênio ou fluoreto de hidrogênio.
    • Temperatura - a vida alienígena poderia exigir temperaturas onde seu solvente permanecesse líquido.
    • Pressão - a vida alienígena poderia exigir pressões ambientais e temperaturas que permitissem aos solventes existirem nos três estados de matéria: sólido, líquido e gasoso.
    • 4444444444444444444444Fonte de energia - os seres vivos exigem energia para permanecerem organizados. Essa energia pode vir de uma estrela ou de energia química ou geotérmica, como nas fontes hidrotermais e termais. Em qualquer mundo alienígena, deveria ter alguma fonte de energia para sustentar a vida.
    • Moléculas complexas - os seres vivos na Terra são organizados e feitos de moléculas complexas, essencialmente de carbono, que desempenham funções bioquímicas. O carbono é um átomo versátil que pode formar ligações com até quatro outros átomos, com várias formas, para constituir moléculas. Embora não seja tão versátil quanto o carbono, o silício também pode formar até quatro ligações com outros átomos e tem sido proposto como uma base para moléculas de vida alienígena, assim como moléculas híbridas de silício-carbono. É provável que as formas de vida alienígena pudessem ter algum tipo de molécula complexa para desempenhar funções similares.Estrutura do DNA
    • Molécula de informação - nos organismos terrestres, o ácido desoxirribonucleico (DNA) é uma molécula complexa que transporta informação genética e dirige a formação de outras moléculas para que a vida se reproduza e funcione. Uma das características da vida é que ela se reproduz. Parece provável que as formas de vida alienígena também deveriam ter algum tipo de molécula de informação.
  • EuglenaSeres alienígenas maiores do que os micróbios precisariam ter algo equivalente a células. À medida que um organismo se torna maior, seu volume interno (função cúbica) cresce mais rápido que sua área de superfície (função quadrada). Isso impõe um limite ao tamanho do organismo, pois substâncias de fora do organismo precisam entrar no organismo por difusão, algo que depende de áreas de superfície maiores, distâncias curtas e diferenças de concentração. Conforme um organismo aumenta de tamanho, a distância até seu centro fica maior e a difusão torna-se mais lenta. Para manter distâncias de difusão funcionais, um organismo precisa ter muitas células pequenas ao invés de apenas uma célula grande. Assim, um alienígena precisaria ser multicelular, caso fosse maior do que um micróbio. A vida alienígena poderia desenvolver-se e adaptar-se ao meio através da teoria da evolução, conforme já explicamos.
  • A constituição fisiológica de um alienígena multicelular seria mais adequada ao seu ambiente. Os sistemas de órgãos seriam adaptados a condições ambientais como temperatura, umidade e gravidade.
    • Um alienígena teria algum meio de colocar sólidos, líquidos e gases dentro do seu corpo, distribuindo-os para cada célula e removendo os resíduos - os equivalentes ao coração, vasos sanguíneos e rins, por exemplo.
    • Um alienígena precisaria ser capaz de pegar energia do ambiente, extrair essa energia e eliminar os resíduos.
    • O alienígena teria sentidos como visão, audição e tato para obter informações do meio e responder aos estímulos. Enquanto nós usamos a visão como sentido primário, com os alienígenas poderia ser diferente. Eles também teriam algum tipo de cérebro ou sistema nervoso para processar as informações.
    • O alienígena teria algum meio de reprodução, sexuada ou assexuada.
  • Os organismos alienígenas provavelmente teriam estruturas ecológicas similares às da vida na Terra.
    • Plantas extraterrestreO tamanho das populações seria limitado com base na predominância de alimento, predadores, doenças e outros fatores ambientais.
    • As formas de vida alienígenas existiriam em cadeias alimentares e teias alimentares dentro do seu ambiente nativo, como a vida na Terra. Os produtores fazem comida, os consumidores comem os produtores e/ou outros consumidores e os decompositores reciclam os átomos e as moléculas dos organismos mortos, retornando-os para o ambiente.
    • As formas de vida alienígena seriam integradas aos seus habitats e ecossistemas, como a vida na Terra.
Como se pode ver, qualquer tipo de vida está intimamente ligada ao seu ambiente, de modo que as características do planeta seriam extremamente importantes para se determinar as características da forma de vida.
O Universo é infinito. É algo muito grande e complexo para ser completamente compreendido pelo homem. Assim, a existência de vida extraterrestre deve ser vista como certa nessa imensidão. As pesquisas em astrobiologia ajudarão a encontrar respostas para questões primordiais tais como “A vida que conhecemos se originou na Terra ou chegou aqui de um outro ponto do Universo?”, ou ainda, “A vida é um fenômeno natural e relativamente comum no Universo ou algo ‘acidental’?”.

Esta área de pesquisa ainda está dando seus primeiros passos. Num futuro próximo a astrobiologia deverá ser a principal vertente da Astronomia. Os avanços em tecnologias de exploração do Universo, tais como telescópios potentes eMenina com animal prováveis missões tripuladas a Marte, por exemplo, garantirão um salto gigantesco de desenvolvimento na Astronomia como um todo. Veremos ainda muitos avanços e muitas surpresas oriundas da astrobiologia que acabarão por mudar nosso conceito de existência. Mesmo que não encontremos nenhum “homenzinho verde”, talvez a astrobiologia nos forneça o conhecimento necessário para compreendermos nosso papel no Universo.

FONTES

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Fim da Era dos Antibióticos? – Parte 2

No post O Fim da Era dos Antibióticos? – Parte 1, vimos um breve resumo da história dos antibióticos.
Porém, antes de falarmos sobre superbactérias, é interessante vermos como esses organismos mantém sua variabilidade genética e se reproduzem.

REPRODUÇÃO EM BACTÉRIAS

Reprodução Assexuada por Bipartição ou Cissiparidade
Bipartição ou CissiparidadeA reprodução assexuada por bipartição ou cissiparidade é a mais comum nesses organismos. Em condições favoráveis, a bactéria duplica seu DNA e depois se divide em duas células. É importante notar que este evento não caracteriza uma mitose.

Reprodução Sexuada
Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Há três formas de transferência genética nas bactérias: transformação, conjugação e transdução.

Transformação
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são incorporados à cromatina.Transformação


Transdução
Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores (bacteriófagos). Transdução


Conjugação

Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias "macho" possuem em sua superfície.
Conjugação

Como se pode ver, as bactérias têm um eficiente sistema de troca de material genético.

AS TEMIDAS SUPERBACTÉRIAS

SuperbactériasChamam-se de superbactérias aquelas bactérias capazes de resistir a tratamentos com antibióticos. Isso acontece devido principalmente ao uso indiscriminado destes medicamentos. Basicamente, o que ocorre é que quando interrompemos o tratamento antibiótico antes da data prescrita pelo médico, acabamos selecionando as bactérias mais resistentes.

 As bactérias mais sensíveis a droga serão as primeiras afetadas pelo antibiótico, já as mais resistentes serão as últimas afetadas. É por isso que geralmente os sintomas de infecção bacteriana tendem a desaparecer antes do fim previsto para o tratamento, já que a carga bacteriana se reduziu ao longo do tratamento. Nesse momento em que parecemos sãos, não estamos curados completamente, ainda precisamos continuar o tratamento para eliminar as bactérias “sobreviventes”, que são as mais resistentes.
Imagine um tipo Z de bactéria que cause uma infecção tratável apenas com um Antibiótico Xantibiótico X e uma pessoa que interrompe o tratamento com o antibiótico X porque acredita que está curada. As bactérias do tipo Z mais resistentes serão preservadas. Talvez esse indivíduo que descontinuou o tratamento antes da hora realmente se cure da infecção, afinal seu organismo estará mais forte e poderá ser capaz de combater diretamente as bactérias do tipo Z que restaram. Porém, se antes de eliminadas, essas bactérias conseguirem infectar outro organismo, elas irão se reproduzir e repassar sua resistência para as descendentes. Por sua vez, este novo indivíduo, ao achar que está curado, também pode descontinuar o tratamento, selecionando novamente as bactérias do tipo Z mais resistentes e assim por diante.ATENÇÃO: Risco Biológico
Imagine agora milhares de pessoas em todo o mundo, ao longo dos anos, interrompendo seus tratamentos com o antibiótico X por achar que estão curadas.
 Imunodeprimidos, como por exemplo soropositivos, ou indivíduos que por qualquer motivo estejam com baixa imunidade e acabaram sendo infectados pela bactéria do tipo Z dependerão unicamente do antibiótico X para se tratarem. Porém, a esta altura, as bactérias do tipo Z estarão totalmente resistentes ao antibiótico X.
Outra situação pode acontecer se por exemplo, ocorrer uma transformação em uma bactéria do tipo W, caso ela acabe absorvendo um trecho de DNA que contenha o gene responsável pela resistência ao mascaraantibiótico X  oriundo de uma bactéria do tipo Z. Ao incorporar com sucesso esse gene a sua cromatina, a bactéria do tipo W também se tornará resistente ao antibiótico X. Isto poderá se tornar mais ruim ainda se a bactéria do tipo W causar uma infecção mais grave do que a causada pelo tipo Z e seu tratamento convencional consistir principalmente no uso do antibiótico X.

Concluindo…
Este fenômeno das superbactérias deve ser amplamente estudado e divulgado, pois já se tornou uma questão de saúde pública muito séria. Cartaz em hospital comunicando sobre bactérias resistentes.
Os hospitais são naturalmente os locais onde há maior circulação de infecções. Os pacientes, já debilitados por sua própria doença, são as principais vítimas das superbactérias, pois adquirem uma infecção intratável que tem grandes chances de levá-los à morte.

bactriaAntibióticos são medicamentos, e seu comércio deve ser fiscalizado com mais rigor por parte dos órgãos competentes. O uso correto de antibióticos garante a própria continuidade dos tratamentos, afinal dessa forma eles ainda serão capazes de combater infecções bacterianas.

FONTE
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera3.php

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ciência X Religião: O uso de Células-tronco embrionárias como cura para doenças



A cura para algumas doenças vem sendo cada vez mais questionada; o uso de células-tronco embrionárias é considerado a esperança. Porém esse é um assunto bastante polêmico que vem sendo discutido em diversas ocasiões como reuniões e fóruns internacionais.

A forma com que estas células são obtidas se dá por meio de embriões congelados, mas poderia também ser de outras fontes que não embriões. Foi possível através de experimentos obterem células diferenciadas de fígado. Esses experimentos podem ser realizados com obtenção de células a partir da medula óssea humana ou de células do cordão umbilical. O fato de se usar essas células é que elas são mais promissoras e tem-se como objetivo a recuperação de tecidos por exemplo.

O procedimento de obtenção dessas células baseia-se em óvulos que são fertilizados em clinicas de reprodução e que ao chegarem a um estagio chamado de blastocisto o embrião é destruído e as células-tronco são removidas. Tem-se também a opção de destruição do embrião que é a clonagem terapêutica: transferência de núcleos de uma célula para um óvulo sem núcleo.

Mas é justamente nesse ponto que as opiniões de dividem. De um lado os cientistas brasileiros, afirmam que se trata da oportunidade de tomar parte na área mais promissora da pesquisa biomédica moderna, que abre a possibilidade - ainda longe de ser realizada - de tratar doenças hoje incuráveis e de entender em detalhes sem precedentes o desenvolvimento do organismo humano. Por outro lado, grupos religiosos, em especial a Igreja Católica, consideram que a liberação da pesquisa com embriões seria um primeiro passo perigoso rumo à legalização do aborto e a outras práticas vistas como ameaça ao direito à vida.

Entretanto pela lei para se falar em aborto é necessário, “a priori” de um útero humano e existir nele um ovo ou zigoto, com vida. O embrião ou óvulo fecundado pelo espermatozóide in vitro ao ser usado não se comete aborto porque a Jurisprudência diz que é necessário à prova de gravidez da mulher e o “vitro” não é útero humano. Então o embrião, como produto da fertilização do óvulo “in vitro” pode ser usado, para fins de pesquisa e de cura de doenças sem se cometer crime algum.

Recentemente, cientistas norte-americanos anunciaram o uma descoberta que, caso confirmado, pode pôr fim à polêmica envolvendo a utilização de células de embriões. Os pesquisadores afirmam ter conseguido produzir células-tronco embrionárias sem a necessidade de destruir o embrião. O novo método consiste em retirar uma única célula do embrião - seguindo um procedimento utilizado em clínicas de fertilização in vitro para fazer diagnósticos de defeitos genéticos. A retirada é feita ainda nos estágios iniciais do embrião, quando ele é formado por poucas células.De acordo com os pesquisadores, o método em geral não prejudica o embrião, que é congelado e supostamente pode ser utilizado em um futuro processo de fertilização.

Com todos esses fatos,nos últimos dias foi noticiado que o governo americano liberou a segunda pesquisa com células-tronco embrionárias em humanos. Desta vez, o objetivo é curar uma doença que leva à cegueira.

O fundamento da pesquisa se refere à Distrofia Macular de Statgardt que danifica a retina, a parte que fica no fundo do globo ocular e onde se forma a imagem ou visão que é traduzida pelo cérebro. A pesquisa foi feita em ratos, testando a capacidade de transformação dessas células-tronco embrionárias. Neste caso, eles conseguiram recriar e substituir as células danificadas da retina, injetando células-tronco na região afetada e devolvendo a visão perdida. Os ratos com a doença tiveram melhora em 100% dos casos, sem efeitos colaterais. O governo dos Estados Unidos autorizou o próximo passo da pesquisa: 12 pacientes de várias partes do país serão selecionados para receber o tratamento. Esta é a segunda vez que o governo americano autoriza a participação de pessoas em experimentos com células-tronco retiradas de embriões humanos. A primeira foi em outubro. Um grupo de médicos de um hospital de Atlanta está tentando religar conexões rompidas da medula espinhal de um paciente.


Pelo que podemos ver essas pesquisas quando autorizadas demonstram grande capacidade de sucesso, mas este é um fato que deve ser pensado com muito cuidado, afinal estamos falando da vida de pessoas, portanto não se permite erros.

Finalizo esse post com o desejo de que esses estudos contribuam para a cura e que seja desenvolvido o mais rápido possível, independente de condições políticas e religiosas; o importante é a valorização da vida, contando que se leve em conta os cuidados com a vida de quem está sendo "testado".

Fontes: http://embrionarias.blogspot.com/

http://migre.me/2tqTs

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Importância dos Ofídios


As serpentes são seres vivos que muito sofrem na mão dos seres humanos por causa do medo natural que temos delas, de nos picar, podendo levar-nos até mesmo a óbito. Mas este intrincado preconceito que temos por esses répteis pode tornar-se  algo prejudicial para ambas às partes (elas e nós), pois como parte de um mesmo sistema, a vida, a natureza e suas teias alimentares, somos interdependentes a fim de manter um equilíbrio natural há muito ameaçado.
Devido ao distanciamento que preferimos ter destas espécies de cobras, nos negamos a conhecê-las biologicamente e com isto perdemos a oportunidade de estudá-las e desvendar suas particularidades e possíveis contribuições, para o mundo em geral e especificamente para o equilíbrio trófico tão delicado.
Este Artigo de fundamental importância tem, portanto este merecedor objetivo, o de nos trazer um conhecimento um pouco mais aprofundado sobre a cobra-coral (Erythrolamprus aesculapii): sua distribuição geográfica (da Amazônia ao sul do Brasil); condições ideais; alimentação; e nos colocar a par de sua reprodução.
Uma das características importantemente observadas foi o caso da região sudeste do Brasil, que por estar situada em região tropical, sofre com a zonalidade no
Coral se alimentando de um rato
regime de chuvas e temperatura (NIMER 1989). Porém, esta sazonalidade não
impede que E. aesculapii se reproduza ao longo de todo ano. Apesar da reprodução
ser contínua existe uma aparente queda na taxa de vitelogênese (produção ativa e acúmulo de proteínas da gema de ovo nos ovócitos de não-mamíferos) durante o período seco, pois os folículos apresentam menor tamanho durante esta época. É possível que isto seja consequência das temperaturas mais baixas nesta época do ano na região sudeste (NlMER 1989). Baixas temperaturas implicam em menor taxa metabólica das serpentes (LILLYWHITE 1987), o que provavelmente diminui a taxa de vitelogênese.
Fica, portanto a mensagem para a preservação e quem sabe novos estudos e pesquisas na área, procurando sempre uma maior e equilibrada interação homem-natureza, lembrando que o tempo é curto e que demoras não podem acontecer.

Fonte: BIOLOGIA REPRODUTIVA DA COBRA-CORAL ERYTHROLAMPRUS
AESCULAPII LlNNAEUS (COLUBRIDAE), NO SUDESTE DO BRASIL - Otavio A.V. Marques.