sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Fim da Era dos Antibióticos? – Parte 2

No post O Fim da Era dos Antibióticos? – Parte 1, vimos um breve resumo da história dos antibióticos.
Porém, antes de falarmos sobre superbactérias, é interessante vermos como esses organismos mantém sua variabilidade genética e se reproduzem.

REPRODUÇÃO EM BACTÉRIAS

Reprodução Assexuada por Bipartição ou Cissiparidade
Bipartição ou CissiparidadeA reprodução assexuada por bipartição ou cissiparidade é a mais comum nesses organismos. Em condições favoráveis, a bactéria duplica seu DNA e depois se divide em duas células. É importante notar que este evento não caracteriza uma mitose.

Reprodução Sexuada
Para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Há três formas de transferência genética nas bactérias: transformação, conjugação e transdução.

Transformação
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são incorporados à cromatina.Transformação


Transdução
Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores (bacteriófagos). Transdução


Conjugação

Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias "macho" possuem em sua superfície.
Conjugação

Como se pode ver, as bactérias têm um eficiente sistema de troca de material genético.

AS TEMIDAS SUPERBACTÉRIAS

SuperbactériasChamam-se de superbactérias aquelas bactérias capazes de resistir a tratamentos com antibióticos. Isso acontece devido principalmente ao uso indiscriminado destes medicamentos. Basicamente, o que ocorre é que quando interrompemos o tratamento antibiótico antes da data prescrita pelo médico, acabamos selecionando as bactérias mais resistentes.

 As bactérias mais sensíveis a droga serão as primeiras afetadas pelo antibiótico, já as mais resistentes serão as últimas afetadas. É por isso que geralmente os sintomas de infecção bacteriana tendem a desaparecer antes do fim previsto para o tratamento, já que a carga bacteriana se reduziu ao longo do tratamento. Nesse momento em que parecemos sãos, não estamos curados completamente, ainda precisamos continuar o tratamento para eliminar as bactérias “sobreviventes”, que são as mais resistentes.
Imagine um tipo Z de bactéria que cause uma infecção tratável apenas com um Antibiótico Xantibiótico X e uma pessoa que interrompe o tratamento com o antibiótico X porque acredita que está curada. As bactérias do tipo Z mais resistentes serão preservadas. Talvez esse indivíduo que descontinuou o tratamento antes da hora realmente se cure da infecção, afinal seu organismo estará mais forte e poderá ser capaz de combater diretamente as bactérias do tipo Z que restaram. Porém, se antes de eliminadas, essas bactérias conseguirem infectar outro organismo, elas irão se reproduzir e repassar sua resistência para as descendentes. Por sua vez, este novo indivíduo, ao achar que está curado, também pode descontinuar o tratamento, selecionando novamente as bactérias do tipo Z mais resistentes e assim por diante.ATENÇÃO: Risco Biológico
Imagine agora milhares de pessoas em todo o mundo, ao longo dos anos, interrompendo seus tratamentos com o antibiótico X por achar que estão curadas.
 Imunodeprimidos, como por exemplo soropositivos, ou indivíduos que por qualquer motivo estejam com baixa imunidade e acabaram sendo infectados pela bactéria do tipo Z dependerão unicamente do antibiótico X para se tratarem. Porém, a esta altura, as bactérias do tipo Z estarão totalmente resistentes ao antibiótico X.
Outra situação pode acontecer se por exemplo, ocorrer uma transformação em uma bactéria do tipo W, caso ela acabe absorvendo um trecho de DNA que contenha o gene responsável pela resistência ao mascaraantibiótico X  oriundo de uma bactéria do tipo Z. Ao incorporar com sucesso esse gene a sua cromatina, a bactéria do tipo W também se tornará resistente ao antibiótico X. Isto poderá se tornar mais ruim ainda se a bactéria do tipo W causar uma infecção mais grave do que a causada pelo tipo Z e seu tratamento convencional consistir principalmente no uso do antibiótico X.

Concluindo…
Este fenômeno das superbactérias deve ser amplamente estudado e divulgado, pois já se tornou uma questão de saúde pública muito séria. Cartaz em hospital comunicando sobre bactérias resistentes.
Os hospitais são naturalmente os locais onde há maior circulação de infecções. Os pacientes, já debilitados por sua própria doença, são as principais vítimas das superbactérias, pois adquirem uma infecção intratável que tem grandes chances de levá-los à morte.

bactriaAntibióticos são medicamentos, e seu comércio deve ser fiscalizado com mais rigor por parte dos órgãos competentes. O uso correto de antibióticos garante a própria continuidade dos tratamentos, afinal dessa forma eles ainda serão capazes de combater infecções bacterianas.

FONTE
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera3.php

Um comentário:

  1. Adorei o blog de vocês, parabéns!
    gostei da matéria dos antibióticos, que é um assunto preocupante, devido à seleção das bactérias resistentes e possível suscepção a infecções generalizadas, que são extremamente sérias! Inclusive, achei importante a aprovação da lei que permite a compra de antibóticos somente com prescrição médica.

    Ana Beatriz Sad Navarro

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